segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Diálogo.

Obs:
Amigo 1: Ed
Amigo 2: Jonh

Dois amigos que não se viam a muito tempo, mais ou menos a uns 9 ou 10 anos se encontraram em uma lanchonete e começaram a conversar:
Amigo 1: hey Jonh!
Amigo 2: Ed! Quanto tempo cara!
A1: É mesmo, né. Não nos vemos desde quando hein?
A2: Hmm....desde o 2º grau, creio eu.
A1: Putz, muito tempo mesmo. Mas e aí, como vai a vida?
A2: Vai bem. Depois que eu me formei em medicina fui trabalhar no hospital central aqui da cidade. Estou a um bom tempo lá
A1: Ah que legal! E você se casou, tem filhos?
A2: Que nada. Estou e sempre estarei sozinho nesse mundo...fazer o que né. E o que você anda fazendo da vida?
A1: Nada. Não terminei minha faculdade pois minha esposa, namorada na época, engravidou. Aí larguei os estudos para trabalhar para sustentar nosso filho...vivo de bicos por aí...

Então, um silêncio toma conta do local durante um bom tempo. Cada um continua bebendo suas respectivas bebidas. Mas algo mudou naquela hora. Joh recebeu uma ligação com a notícia de que um de seus pacientes do hospital havia falecido. Já era o quinto naquele mês. Seu estado emocional se agravou ainda mais mas ele tentou não demonstrar isso e continuou a conversar com Ed:

A2: Ah cara, que pena. Mas quando puder, volte aos estudos!
A1: Sei não....fazer o que, sou um completo inútil mesmo. Não sirvo pra nada e ninguem. Nem sei porque ainda estou vivo.
A2: Não pense assim. Todos servimos para alguma coisa nessa vida.
A1: Discordo de você mas mudemos de assunto. Já viu essa nova onda que ta rolando por aí?
A2: Qual?
A1: Venda de Órgãos no mercado negro e tal.
A2: Ah sim. Dizem que pagam bem, dependedo do estado e do ógão.
A1: Um rim tá valendo uns R$10.00,00. Acho que venderia o meu pra ver se melhoro de vida.
A2: Se eu não dependesse totalmente do meu cérebro eu o venderia.
A1: Eu compraira o seu cérebro. Daria uns cem, dusentos reais no máximo por ele *falando em tom de ironia*
A2: O que?! Meu cérebro vale muito mais que isso! Tenho Doutorado e falo 4 idiomas diferentes!
A1: Blah blah, grandes merda..
A2: Quem é você para julgar meus conhecimentos e propor preços a meu cérebro? Você é um grande babaca, isso sim. Fez merda mais novo e agora arca com as consequências.
A1: Fiz mesmo e me revoltei agora. Pra que fui te encontrar, pqp. Quero mais é que voce vá pra merda, seu idiota! Não preciso de mais ninguém se metendo na minha vida não.

Ed sai revoltado da lanchonete. Jonh fica, termina de tomar seu suco de laranja, pega o seu carro e vai embora. Porém, com a cabeça cheia e confusa ao extremo depois da discussão, ele desvia a sua atenção do trânsito e sem querer ultrapassa um sinal vermelho e acaba se chocando fatalemnte contra um caminhão. Ed, ao sair da lanchonete, sai em busca de uma loja de ferragens. Ao encontrar uma, ele compra uns dois metros de corda e procura a árvore mais próxima. Sem motivos para continuar a viver, ele faz um laço em volta de seu pescoço, amarra a outra ponta da corda na árvore, sobe em um galho e pula de lá. E o barulho de seu pescoço quebrando ecoa pela rua vazia e sombria naquela tarde.

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